quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A DIFERENÇA ENTRE CRIANÇA E INFÂNCIA


Claudinéia Batista Borba1


Resumo:
O tema que escolhi para desenvolver o meu artigo foi “A diferença entre criança e infância”, sendo que para se ter bons resultados de convívio humano se faz e se constrói na infância através da capacidade de representação e expressão dos afetos e conflitos, também da possibilidade de ser escutado e compreendido por um adulto. Todos nós estamos envolvidos no desenvolvimento infantil e cabe a nós possibilitarmos esse desenvolvimento sendo que a primeira coisa que necessitamos dar conta é que esse pequeno ser é um sujeito em formação. Busquei construir o meu artigo baseado em pesquisas, documentários, slides, leituras e trocas de experiências entre colegas e professores. Com tudo enriqueci o meu conhecimento e aprendizado sobre este tema, pois tive a oportunidade de me aprofundar e buscar meios e soluções para poder fazer a diferença na construção do conhecimento e personalidade do ser criança, tentando melhorar a cada dia trabalhando na construção de uma educação mais solidária, fraterna com respeito às diversidades proporcionando espaços e oportunidades a todos.

Introdução

 A criança aprende desde que nasce que a escola é o ambiente social mais importante depois da família, esta é a referência central para a criança e é neste meio e na relação com a escola que ela constrói o conhecimento interagindo com outras pessoas e com o meio a qual vivem criando e dando significados a estes. Escola e família têm os mesmos objetivos, que é ter sucesso na sua aprendizagem, de forma significativa. Para essa parceria dar certo tem que ter como base o respeito, mas é fundamental ter coerência entre o que a família e a escola estão interessadas em passar para estas crianças e para isso acontecer tem que ter diálogo direto, pois como diz ABUCHAIM (2009, P. 39) “Isso representa um direito da família e uma necessidade da escola”. Essa troca de informações é extremamente necessária e é o que traz resultados positivos na qualidade do ensino, pois tem o principal que é a confiança na escola.
A escola aguça a curiosidade da criança e diz a ela que interessante é a vida, é ali que a mesma experimenta o prazer pelo aprender.
O relacionamento da família com a escola apesar de manter muitos conflitos, é fonte única de muitas aprendizagens e de educação para todos, são os apoios da família, o local onde os pais sentem tranqüilidade em relação ao seu filho, quanto aos cuidados, alimentação balanceada, desenvolvimento... Enfim a família está por trás do sucesso escolar dos filhos, se colaborar para que isso aconteça, pois é nela que eles encontram um espaço de afetividade e de muita segurança, mas também pode ser de medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até mesmo violência.
È importante que tenhamos em mente que a educação e infância são fatores essenciais no desenvolvimento da criança, então o grande desafio desta pesquisa é desvendar cuidadosamente a concepção que tem a criança da infância e consequentemente entender, conhecer, investigar suas ações e suas fases tanto na parte do seu nascimento, desenvolvimento e aprendizagem.
Para Castro (2009, p 04):
Faz-se necessário lembrar que as definições de infância podem tomar diferentes formas de acordo com os referenciais que tomamos para concebê-las. A palavra infância evoca um período da vida humana. É um período que poderíamos chamar de construção/apropriação de um sistema de comunicação, de signos e sinais destinados a fazer-se ouvir.
Segundo o Dicionário Aurélio criança é ser humano de pouca idade. No mesmo dicionário, a infância está definida como um período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade. Na sua origem, o termo “infância em latim é in-fans, que significa sem linguagem”.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) define “a criança como a pessoa até os 12 anos de idade incompletos”. Desse modo, o significado genérico da infância está diretamente ligado às transformações sociais, culturais, econômicas, etc. da sociedade de um determinado tempo e lugar, que possui seus próprios sistemas de classes, de idades e seus sistemas de status e de papel social.
Segundo Manuel Jacinto Sarmento (2006): A criança é, simultaneamente, uma categoria social que interpretam e agem no mundo.
 Os surgimentos dos movimentos sociais lutaram e lutam até hoje para proteger e permitir que todas as crianças, sejam elas ricas ou pobres, rurais ou urbanas tenham uma infância livre de qualquer exploração, seja ela qual for onde a maior dificuldade foi e é até hoje o entendimento de que seja qual for a raça, cor, etnia, cultura, classe social, espaço físico, ambiente ou realidade em que se vive, criança é criança, todas têm os mesmos direitos e deveres, direitos de ir e vir, brincar, estudar, ser e de viver, agir, pensar e de se expressar, onde não se pode podar, sacrificar, interferir ou exigir um adultos precoce, pois só assim irão prejudicar o seu desenvolvimento físico, mental e intelectual de aprendizagem.
A criança quando se desloca para um trabalho existe uma complexidade de pensamentos, um que é no seu trabalho e outro na necessidade que sente em brincar, correr, jogar bola, viver a fase de criança e sabendo da consciência, se auto-reconhecer, pois com uma responsabilidade de adulto e uma necessidade infantil.
“Por outro lado, cada criança vive no interior de um sistema simbólico que administra o seu espaço social”. (Coll Delgado; Muller, 2006, p.19).
Os tempos modernos introduziram nas famílias certo afastamento da criança do convívio coletivo devido ao que se considera a mesma como cidadã do futuro, mas com isso às vezes o preço é alto, onde os pais, por assim julgarem, acabam sacrificando a infância, pois entre a escola, os cursos, as aulas particulares que são submetidas, deixam de cumprir a fase crucial para então realmente serem cidadãos do futuro, não entendendo que existem fases e etapas sucessivas onde deverão passar tendo o direito de desfrutar de cada uma de acordo com a necessidade de cada um.
A história das crianças se dá juntamente com a história da mulher, pois o cuidado e a educação das crianças pequenas eram tarefas da família principalmente das mães e com a saída da mulher para o mercado de trabalho vem aos poucos fazendo com que as famílias busquem a escola para suprir suas necessidades na educação dos filhos.
No entanto, o que presenciamos em nossa realidade, ainda que não percebida claramente são crianças misturando-se à vida adulta de forma precoce, devido às vestimentas, palavras e hábitos que seriam eminentemente usados pelos adultos. A televisão sob este prisma, exerce tamanha influência nesta nova mentalidade da infância, pois, influenciada pela vida adulta, a criança é incentivada a usar a roupa da “atora, cantora ou apresentadora adulta”. A infância muda, não há uma distinção entre vida adulta e a vida infantil, tudo o que pode ser dito, falado e usado, pode ser comum aos dois, tanto por meio de condições ditadas pela TV, como condições ditadas pela moda, música, livros e revistas.
Nestas novas concepções de vida, a própria família tem pouco contato com criança, permitindo que ela exerça responsabilidades que seriam designadas a um adulto. Isso acontece quando a própria idade adulta é modificada, baseada pela competência de códigos escritos, permitindo que a escrita possibilite a aproximação entre a linguagem adulta e a infância.
Para Silva e Carvalho (2009, p.20) na atualidade, não só percebemos estes traços, como nos deparamos com o próprio termo “a reinvenção” da infância, que surge da preocupação, por meio de produções (artigos, histórias, contos, etc), para que de “fato” a criança viva o seu lugar, a sua inocência. No entanto, estes trabalhos não deixam de ser imitações daquilo que os adultos utilizam, ou da maneira como os adultos falam, vivem o que dizem. Na verdade, a própria infância é ditada ou narrada pelo adulto, “a criança não escreve sua própria história”, permitindo que seja caracterizada como uma “idade muda”, onde o adulto estabelece o que se diz e como se vive. “É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos sobre esta fase da vida”. O que exige de nós o olhar sobre a criança como ser concreto, capaz de interagir em seu meio.
 
Crianças invisíveis

O documentário “Crianças invisíveis” traz um recorte da realidade do continente e de como vivem as crianças destes. Faz-nos sentir uma realidade dura e emocionante, que denunciam problemas, erros e desordens que a infância das crianças abriga, forçando-os a ter um amadurecimento precoce através do sofrimento Este documentário foi muito marcante e de certa forma pesado e chocante, mexendo com minhas emoções, lembranças da infância fazendo-me pensar e refletir sobre muitas coisas da vida. .
É uma parada para abrir não só os olhos, mas nossa mente, em relação a essas infâncias que são jogadas no lixo. São imagens fortes e a tristeza no rosto das crianças justifica o nome do documentário, mas são histórias que trazem uma grande lição de esperança e otimismo.
As nossas crianças são tratadas de diferentes formas, não somente na parte econômica, mas também política, social e cultural, é comum ver documentários pela televisão de crianças sofrendo e humildes, mas aqui na nossa cidade tem crianças que vivem assim, que utilizam drogas e que sofrem opressão da sociedade e da família. Muitas têm uma vida equilibrada e conseguem viver uma infância adequada e os que não tem acesso a isso através da família, tem programas especiais que tentam suprir essa falta “do ser criança”, como é o caso do Programa Primeira Infância Melhor (PIM).
O mesmo leva o nome de “Crianças Invisíveis” porque todos os episódios tratam da exclusão, não só familiar, mas principalmente a exclusão que a sociedade impõe a todas as crianças do mundo, ignorando seus problemas, seus sentimentos, conflitos, necessidades, seus sonhos, fantasias, a maneira em que vivem, enfim são para o mundo “Crianças Invisíveis”.
Todas as crianças são iguais, buscam os mesmos sonhos e ideais, necessitam das mesmas coisas, uma boa estrutura familiar, carinho, atenção, escola, correr, brincar, se divertir e se expressar. O que diferencia umas das outras é sua cor, raça, cultura, religião, classe social e a realidade em que vivem num todo, mas a busca é a mesma.
De certa forma em quase todos os episódios do filme as crianças se imaginavam na escola, procuravam um lugar onde pudessem se sentir acolhidos, à vontade, livres, enfim, onde elas pudessem se sentir iguais. Neste momento entram o papel do professor que como um bom profissional, será um pesquisador e orientador destas diferentes situações, conflitos e dificuldades.
O mesmo deve estar preparado para se adaptar a realidade de cada um para sim receber e acolher estes alunos, ajudando-os, respeitando suas diferenças, dando-lhes um pouco de atenção e carinho, pois muitas vezes é no professor que as crianças buscam um amigo, um irmão e até mesmo um pai e uma mãe, e o mesmo têm que ter a sensibilidade e a responsabilidade de pelo menos tentar ser e fazer tudo aquilo que a criança precisa e espera da sua família e da sociedade e as não têm.
Pude observar neste documentário, crianças reais e também crianças ideais, pois em várias passagens pude perceber que havia crianças vivendo sua infância, freqüentando uma escola, tendo uma boa estrutura familiar e financeira, podendo brincar, sorrir e se expressar, tendo assim seu tempo e espaço na sociedade, o que seria o sonho de todos.
Já na maior parte pude ver e analisar o real objetivo que era nos mostrar a criança real, esta por sua vez exclusa da sociedade, marcada pelo sofrimento, a fome, a miséria, o trabalho infantil onde em várias cenas mostram as crianças sendo espancadas e obrigadas a trabalhar para ajudar e satisfazer a vontade dos pais, e até mesmo a roubar entrando no mundo do crime, onde ao invés de aprender a ler e a escrever, as coisas boas e certas da vida estão lutando por sobrevivência da pior maneira possível acabando assim por perder tudo aquilo que é reservado a uma criança, deixando de viver e usufruir desta fase tão linda e importante que é a infância.
Concordo com o episódio do documentário que se refere às crianças brasileiras, pois mostram a realidade principalmente nas grandes metrópoles, inclusive as do sul do Brasil.
Existem muitos programas de inclusão social no país que são aplicados e desenvolvidos sejam federais, estaduais ou até municipais, para a conscientização da sociedade para uma infância melhor, mais digna de ser vivida, programas estes de tirar as crianças das ruas, das drogas, da fome, da prostituição e do crime, sendo que este problema deveria ser tentado resolver por todos, cada um deveria fazer sua parte, ter sua contribuição para um mundo melhor.
Aqui na minha cidade e região são desenvolvidos projetos como; danças folclóricas, escolinhas de futebol, informática, coral, violão entre outros para melhor a qualidade de vida destas crianças, mas mesmo assim não diferenciam os problemas enfrentados pelas crianças, sejam ela do sul do Brasil ou de qualquer lugar do mundo, pois a mesma muitas vezes tem acesso a tudo isso, mas não tem uma estrutura familiar, sem contar as milhares que estão no descaso da sociedade ainda sem família, sem um teto para morar, acessibilidade escolar e acima de tudo o respeito e dignidade ignorado por parte de toda a sociedade.
Como é triste e frustrante para uma criança saber ler, escrever e calcular como mostra várias vezes no documentário e ter seus sonhos e fantasias esmagadas e destruídas por conseqüência do destino, suas idéias, sentimentos e perspectivas de vida sendo podadas e sacrificadas pela desigualdade social.
Existe algo em comum entre as brincadeiras apresentadas, elas percorrem em todas as regiões do mundo, apenas mudando de nome conforme a sua cultura e região, por exemplo; brincadeiras de roda, futebol, fliperama, jogos de botão, brincadeiras das sombras, bonecas e parque de diversão, sendo conhecidas praticadas na minha cidade e região.
Mas no primeiro episódio o que me chama a atenção é que as diversidades da vida acabam às vezes destruindo o ser humano, aonde vimos crianças com armas de fogo em punho e que não conseguiam deixar para trás seu lado infantil, sua vontade de viver e se expressar, mas por uma questão de sobrevivência ao invés de brincar, estudar e ter uma família estão jogados no descaso do mundo se matando a cada dia.
É muito fácil colocar inocente no mundo, mas para isso temos que ter consciência de que este ser precisa de um suporte para se desenvolver, pode-se ter tudo ou pode-se não ter nada, mas o mais importante na vida é o amor, carinho e atenção para sim termos força e coragem para enfrentar os problemas que surgirem, onde de fato ficarão marcados na vida de cada criança os momentos bons e ruins e é nesta fase que se começa a formar a personalidade, maneira de ser e agir de cada um.
Para mim neste momento vejo que a diferença entre criança e infância esta na maneira como ela vive e sobrevive. Todas são crianças, mas nem todas conseguem vivenciar a sua infância.  
É nessa perspectiva acima que, a infância se torna esmagada, devido ao fato de que esta criança cheia de atribuições, não possui tempo suficiente para o ócio, onde se perdem as lembranças, porque não há tempo para brincar, criar, recriar a sua maneira de construir seu próprio pensamento, isto é, são pequenos seres que vão produzindo em função de outros e não na construção de si mesmos. Desta maneira, acabam sendo violadas, impedidas de construírem seu processo de emancipação humana e de luta pelo seu espaço.
“Algumas crianças não conheceram a paz, mas elas têm uma capacidade enorme de sobrevivência e extinto de cuidar umas das outras”. (frase dita por um dos personagens do documentário Crianças Invisíveis).
Observando todas as lâminas achei todas interessantes que condiz com a realidade das nossas crianças. Várias delas correspondem com todo o desenvolvimento da minha temática, mas escolhi somente duas que são; O Molde e Entre a Casa e a Escola.
As crianças num contexto geral são vistas como “invisíveis”, nós a vemos, mas não a notamos, muitas vezes não as respeitamos, ditamos regras impondo sempre o que se deve fazer. Em certas coisas não as deixamos fazer pelo fato de serem crianças outras vezes damos responsabilidades precocemente confundindo ainda mais seus conceitos de direitos e deveres, estando sempre no alvo dos adultos.
As crianças são humanas, com sentimentos, sonhos e fantasias, necessitam de carinho e atenção, tendo assim o direito de brincar, estudar e de se expressar.
Muitas vezes ocupam sua criatividade para desenvolver alguma atividade e são barradas e podadas. A mesma imagina, cria, colore e desenvolve acreditando na sua capacidade e o professor por ditar regras e achar que tudo tem que ser do seu jeito acaba frustrando-as e matando sua imaginação como aconteceu comigo nos primeiros anos de aula quando eu estava pintando uma cachoeira de azul e a professora chegou dizendo que nunca viu água azul, naquele momento me senti muito mal diante de meus colegas, pois, só estava tentando desenvolver no papel a paisagem que eu havia guardado na minha memória e resolvi me expressar.
A arte remete à apropriação de diversas linguagens que formam a expressividade humana. Como conta Maria Clotilde (Revista nova escola, abril 2010) “A primeira relação com a meninada com o desenho se dá, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel”, com o tempo, e após várias experiências com materiais, suportes e técnicas diferentes, as formas se tornam mais definidas e próximas da realidade de cada um. È por meios de desenhos que calmamente elas passam a ter controle para fazer linhas abertas, fechadas, curtas, compridas e pontilhadas desenvolvendo assim a sua coordenação motora.
Trabalhar com desenhos usando materiais como massas de modelar, aprendem a moldar, puxar, bater e enrolar. As tintas são espalhadas no papel por diversas formas e com vários materiais.
São formas de incentivar e motivar as crianças a deixar registrado a suas marcas, fazendo com que se sintam importantes desenvolvendo assim sua identidade e autonomia. Trabalhando com a expressividade, as atividades artísticas são um meio de controle motor, de compreensão do espaço e de desenvolvimento da imaginação. Como explica Maria Clotilde (revista Nova Escola mês abril de 2010). “Contudo desenvolvem a expressão artística, a curiosidade e a criatividade e se constroem os fundamentos das linguagens visuais como ritmo, contraste, tamanho e cor”.
Às vezes não percebemos o mal que causamos as crianças. Em casa só ouvem a palavra “não”, isso não pode, aquilo não pode ficando presas em seu mundo de fantasia. O fato dos pais trabalharem muito é que leva a crucificar seus filhos, pois não tendo tempo para brincar e ensinar os mesmos passam o tempo todo dizendo “não”. Claro que nem tudo elas podem fazer, mas deve ser explicado o porquê do “não”, pois acaba confundindo, na escola muitas vezes as mesmas coisas que o pai e a mãe não deixam fazer em casa, na escola são motivados a desenvolver e isso acaba frustrando-os e deixando-os agressivos complicando ainda mais o entendimento entre pais e filhos.
As crianças que vivem num ambiente rico em interações aprendem a demonstrar desejos, sentimentos e necessidades se expressando melhor. O processo se inicia com gestos e balbucios e se intensifica nas situações coletivas.
Por isso tanto em casa como na escola eles devem brincar, conversar com adultos, ouvir historia entre outros. As crianças prestam muita atenção no que os adultos fazem para emita-los, então os adultos que os rodeiam necessitam realizar ações que vão ao encontro das crianças. Se a família se interessa por leitura e escrita, certamente as mesmas vão adquirir interesse e o hábito pela leitura e a escrita, aumentando o desejo de dominar estas linguagens sempre respeitando o nível de desenvolvimento e os limites de cada um.  
Criança precisa brincar e se sujar, pois estimula e libera o potencial das mesmas, exigindo liberdade para aprender através das próprias experiências estimulando assim o seu desenvolvimento crescimento e aprendizado.
Brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, se insere na cultura e na sociedade e aprende a viver em grupo. A imaginação tem uma função importante na regulação das próprias emoções e das ações, as mesmas são meios de desenvolver a linguagem. Imaginando, a mesma se comunica, constrói historias e expressa vontades, reforçando assim sua identidade.
De acordo com o medico e psicanalista ingles Donald Winnecott(1896-1971), a liberdade que o brincar proporciona é fundamental para o desenvolvimento da criança por leva-las a conciliar o mundo objetivo e a imaginação. È dele também a idéia de relação entre a ausência de brincadeiras na infância e os problemas emocionais.
Desde que nasce a criança precisa ser estimulada e de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças. Segundo Lima (2001, p.16): “o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela”.
Quando as crianças têm espaços e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites, se exercitam até que adquirem o domínio da ação. O movimento por si só, é uma das primeiras conquistas da criança rumo à autonomia é a formação da identidade.
Um bom desenvolvimento psicomotor, cognitivo e lingüístico está intimamente ligado a progressiva construção da personalidade e das capacidades de se relacionar e se comunicar com outras pessoas.
Mais uma vez a criança deve receber estímulos de encorajamento e definições concretas de atitudes, deixando-as à vontade, com liberdade de expressão para fazer suas tarefas, deixando-os comer sozinhos, brincar, pintar, produzir entre outros os tornando independentes. Devem realizar suas tarefas por conta própria, mas não pode deixar largado de qualquer jeito, precisa da presença de um adulto para então intervir quando necessário ajudando a entender o que é certo e o que é errado.
Os estímulos adequados, oferecidos pelos pais, são fundamentais para uma boa formação. Estímulos adequados podem ser toques e palavras de carinho e incentivo, elogios, brincadeiras (com ou sem brinquedos), joguinhos, música, esportes, conversas, narrativas de histórias, etc.
Muszkat afirma que para desenvolver a capacidade cerebral de uma criança não precisamos de recursos sofisticados. É preciso oferecer um desenvolvimento emocional e cultural que ajude a construir mais do que um cérebro. Precisamos investir no desenvolvimento da inteligência infantil sempre visando o produto final almejado: um adulto confiante em si próprio e muito feliz.
Desde antes de nascer, as crianças estão imersas num mundo repleto de sons e são capazes de reagir a eles. Quando nascem conseguem distingui a voz humana e, nos primeiros meses de vida, se encantam com músicas associados aos gestos. Mesmo sem saber falar corretamente ou andar, elas tentam seguir os movimentos com as mãos.
Neste momento cabe ao professor e aos pais fornecer ritmos e sons para garantir o acesso a este conhecimento e entendimento da cultura. Os mesmos devem estimulá-los a cantar, dançar, pular, se movimentar acompanhando o ritmo das palmas e pés, ruídos com a boca e tentar mostrar a eles a diferença do nome dos sons de vários instrumentos sendo que a musica é uma ferramenta importantíssima para a aquisição da linguagem verbal.






 

















REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS:


ABUCHAIM, B. O; Encontros e desencontros entre família e escola. Pátio Educação Infantil, nº 19, mar/jun 2009.
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990. Brasília. 1990.
CASTRO, M. G. Noção de criança e infância: diálogos, reflexões, interlocuções. Disponível em <http://www.alb.com.br/anais16/sem13pdf/sm13ss04_02.pdf> , acesso em 30 de dezembro de 2009.
COLL DELGADO, A. C.; MULLER F. Infâncias, Tempos e Espaços: um diálogo com Manuel Jacinto Sarmento. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, pp.15-24, Jan/Jun 2006.
HOLANDA, A. B., 1988, Dicionário Aurélio Escolar da Língua Portuguesa, 1 ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ
NOVA ESCOLA, mês de abril, 2010(pg.42-50).
Disponível em <http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/como_os_pais_podem_desenv... - 40k> Acesso em: 12/03/10.
Disponível em <http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/como_os_pais_podem_desenv... - 40k> Acesso em: 12/03/10.



1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

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