quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A DIFERENÇA ENTRE CRIANÇA E INFÂNCIA


Claudinéia Batista Borba1


Resumo:
O tema que escolhi para desenvolver o meu artigo foi “A diferença entre criança e infância”, sendo que para se ter bons resultados de convívio humano se faz e se constrói na infância através da capacidade de representação e expressão dos afetos e conflitos, também da possibilidade de ser escutado e compreendido por um adulto. Todos nós estamos envolvidos no desenvolvimento infantil e cabe a nós possibilitarmos esse desenvolvimento sendo que a primeira coisa que necessitamos dar conta é que esse pequeno ser é um sujeito em formação. Busquei construir o meu artigo baseado em pesquisas, documentários, slides, leituras e trocas de experiências entre colegas e professores. Com tudo enriqueci o meu conhecimento e aprendizado sobre este tema, pois tive a oportunidade de me aprofundar e buscar meios e soluções para poder fazer a diferença na construção do conhecimento e personalidade do ser criança, tentando melhorar a cada dia trabalhando na construção de uma educação mais solidária, fraterna com respeito às diversidades proporcionando espaços e oportunidades a todos.

Introdução

 A criança aprende desde que nasce que a escola é o ambiente social mais importante depois da família, esta é a referência central para a criança e é neste meio e na relação com a escola que ela constrói o conhecimento interagindo com outras pessoas e com o meio a qual vivem criando e dando significados a estes. Escola e família têm os mesmos objetivos, que é ter sucesso na sua aprendizagem, de forma significativa. Para essa parceria dar certo tem que ter como base o respeito, mas é fundamental ter coerência entre o que a família e a escola estão interessadas em passar para estas crianças e para isso acontecer tem que ter diálogo direto, pois como diz ABUCHAIM (2009, P. 39) “Isso representa um direito da família e uma necessidade da escola”. Essa troca de informações é extremamente necessária e é o que traz resultados positivos na qualidade do ensino, pois tem o principal que é a confiança na escola.
A escola aguça a curiosidade da criança e diz a ela que interessante é a vida, é ali que a mesma experimenta o prazer pelo aprender.
O relacionamento da família com a escola apesar de manter muitos conflitos, é fonte única de muitas aprendizagens e de educação para todos, são os apoios da família, o local onde os pais sentem tranqüilidade em relação ao seu filho, quanto aos cuidados, alimentação balanceada, desenvolvimento... Enfim a família está por trás do sucesso escolar dos filhos, se colaborar para que isso aconteça, pois é nela que eles encontram um espaço de afetividade e de muita segurança, mas também pode ser de medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até mesmo violência.
È importante que tenhamos em mente que a educação e infância são fatores essenciais no desenvolvimento da criança, então o grande desafio desta pesquisa é desvendar cuidadosamente a concepção que tem a criança da infância e consequentemente entender, conhecer, investigar suas ações e suas fases tanto na parte do seu nascimento, desenvolvimento e aprendizagem.
Para Castro (2009, p 04):
Faz-se necessário lembrar que as definições de infância podem tomar diferentes formas de acordo com os referenciais que tomamos para concebê-las. A palavra infância evoca um período da vida humana. É um período que poderíamos chamar de construção/apropriação de um sistema de comunicação, de signos e sinais destinados a fazer-se ouvir.
Segundo o Dicionário Aurélio criança é ser humano de pouca idade. No mesmo dicionário, a infância está definida como um período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade. Na sua origem, o termo “infância em latim é in-fans, que significa sem linguagem”.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) define “a criança como a pessoa até os 12 anos de idade incompletos”. Desse modo, o significado genérico da infância está diretamente ligado às transformações sociais, culturais, econômicas, etc. da sociedade de um determinado tempo e lugar, que possui seus próprios sistemas de classes, de idades e seus sistemas de status e de papel social.
Segundo Manuel Jacinto Sarmento (2006): A criança é, simultaneamente, uma categoria social que interpretam e agem no mundo.
 Os surgimentos dos movimentos sociais lutaram e lutam até hoje para proteger e permitir que todas as crianças, sejam elas ricas ou pobres, rurais ou urbanas tenham uma infância livre de qualquer exploração, seja ela qual for onde a maior dificuldade foi e é até hoje o entendimento de que seja qual for a raça, cor, etnia, cultura, classe social, espaço físico, ambiente ou realidade em que se vive, criança é criança, todas têm os mesmos direitos e deveres, direitos de ir e vir, brincar, estudar, ser e de viver, agir, pensar e de se expressar, onde não se pode podar, sacrificar, interferir ou exigir um adultos precoce, pois só assim irão prejudicar o seu desenvolvimento físico, mental e intelectual de aprendizagem.
A criança quando se desloca para um trabalho existe uma complexidade de pensamentos, um que é no seu trabalho e outro na necessidade que sente em brincar, correr, jogar bola, viver a fase de criança e sabendo da consciência, se auto-reconhecer, pois com uma responsabilidade de adulto e uma necessidade infantil.
“Por outro lado, cada criança vive no interior de um sistema simbólico que administra o seu espaço social”. (Coll Delgado; Muller, 2006, p.19).
Os tempos modernos introduziram nas famílias certo afastamento da criança do convívio coletivo devido ao que se considera a mesma como cidadã do futuro, mas com isso às vezes o preço é alto, onde os pais, por assim julgarem, acabam sacrificando a infância, pois entre a escola, os cursos, as aulas particulares que são submetidas, deixam de cumprir a fase crucial para então realmente serem cidadãos do futuro, não entendendo que existem fases e etapas sucessivas onde deverão passar tendo o direito de desfrutar de cada uma de acordo com a necessidade de cada um.
A história das crianças se dá juntamente com a história da mulher, pois o cuidado e a educação das crianças pequenas eram tarefas da família principalmente das mães e com a saída da mulher para o mercado de trabalho vem aos poucos fazendo com que as famílias busquem a escola para suprir suas necessidades na educação dos filhos.
No entanto, o que presenciamos em nossa realidade, ainda que não percebida claramente são crianças misturando-se à vida adulta de forma precoce, devido às vestimentas, palavras e hábitos que seriam eminentemente usados pelos adultos. A televisão sob este prisma, exerce tamanha influência nesta nova mentalidade da infância, pois, influenciada pela vida adulta, a criança é incentivada a usar a roupa da “atora, cantora ou apresentadora adulta”. A infância muda, não há uma distinção entre vida adulta e a vida infantil, tudo o que pode ser dito, falado e usado, pode ser comum aos dois, tanto por meio de condições ditadas pela TV, como condições ditadas pela moda, música, livros e revistas.
Nestas novas concepções de vida, a própria família tem pouco contato com criança, permitindo que ela exerça responsabilidades que seriam designadas a um adulto. Isso acontece quando a própria idade adulta é modificada, baseada pela competência de códigos escritos, permitindo que a escrita possibilite a aproximação entre a linguagem adulta e a infância.
Para Silva e Carvalho (2009, p.20) na atualidade, não só percebemos estes traços, como nos deparamos com o próprio termo “a reinvenção” da infância, que surge da preocupação, por meio de produções (artigos, histórias, contos, etc), para que de “fato” a criança viva o seu lugar, a sua inocência. No entanto, estes trabalhos não deixam de ser imitações daquilo que os adultos utilizam, ou da maneira como os adultos falam, vivem o que dizem. Na verdade, a própria infância é ditada ou narrada pelo adulto, “a criança não escreve sua própria história”, permitindo que seja caracterizada como uma “idade muda”, onde o adulto estabelece o que se diz e como se vive. “É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos sobre esta fase da vida”. O que exige de nós o olhar sobre a criança como ser concreto, capaz de interagir em seu meio.
 
Crianças invisíveis

O documentário “Crianças invisíveis” traz um recorte da realidade do continente e de como vivem as crianças destes. Faz-nos sentir uma realidade dura e emocionante, que denunciam problemas, erros e desordens que a infância das crianças abriga, forçando-os a ter um amadurecimento precoce através do sofrimento Este documentário foi muito marcante e de certa forma pesado e chocante, mexendo com minhas emoções, lembranças da infância fazendo-me pensar e refletir sobre muitas coisas da vida. .
É uma parada para abrir não só os olhos, mas nossa mente, em relação a essas infâncias que são jogadas no lixo. São imagens fortes e a tristeza no rosto das crianças justifica o nome do documentário, mas são histórias que trazem uma grande lição de esperança e otimismo.
As nossas crianças são tratadas de diferentes formas, não somente na parte econômica, mas também política, social e cultural, é comum ver documentários pela televisão de crianças sofrendo e humildes, mas aqui na nossa cidade tem crianças que vivem assim, que utilizam drogas e que sofrem opressão da sociedade e da família. Muitas têm uma vida equilibrada e conseguem viver uma infância adequada e os que não tem acesso a isso através da família, tem programas especiais que tentam suprir essa falta “do ser criança”, como é o caso do Programa Primeira Infância Melhor (PIM).
O mesmo leva o nome de “Crianças Invisíveis” porque todos os episódios tratam da exclusão, não só familiar, mas principalmente a exclusão que a sociedade impõe a todas as crianças do mundo, ignorando seus problemas, seus sentimentos, conflitos, necessidades, seus sonhos, fantasias, a maneira em que vivem, enfim são para o mundo “Crianças Invisíveis”.
Todas as crianças são iguais, buscam os mesmos sonhos e ideais, necessitam das mesmas coisas, uma boa estrutura familiar, carinho, atenção, escola, correr, brincar, se divertir e se expressar. O que diferencia umas das outras é sua cor, raça, cultura, religião, classe social e a realidade em que vivem num todo, mas a busca é a mesma.
De certa forma em quase todos os episódios do filme as crianças se imaginavam na escola, procuravam um lugar onde pudessem se sentir acolhidos, à vontade, livres, enfim, onde elas pudessem se sentir iguais. Neste momento entram o papel do professor que como um bom profissional, será um pesquisador e orientador destas diferentes situações, conflitos e dificuldades.
O mesmo deve estar preparado para se adaptar a realidade de cada um para sim receber e acolher estes alunos, ajudando-os, respeitando suas diferenças, dando-lhes um pouco de atenção e carinho, pois muitas vezes é no professor que as crianças buscam um amigo, um irmão e até mesmo um pai e uma mãe, e o mesmo têm que ter a sensibilidade e a responsabilidade de pelo menos tentar ser e fazer tudo aquilo que a criança precisa e espera da sua família e da sociedade e as não têm.
Pude observar neste documentário, crianças reais e também crianças ideais, pois em várias passagens pude perceber que havia crianças vivendo sua infância, freqüentando uma escola, tendo uma boa estrutura familiar e financeira, podendo brincar, sorrir e se expressar, tendo assim seu tempo e espaço na sociedade, o que seria o sonho de todos.
Já na maior parte pude ver e analisar o real objetivo que era nos mostrar a criança real, esta por sua vez exclusa da sociedade, marcada pelo sofrimento, a fome, a miséria, o trabalho infantil onde em várias cenas mostram as crianças sendo espancadas e obrigadas a trabalhar para ajudar e satisfazer a vontade dos pais, e até mesmo a roubar entrando no mundo do crime, onde ao invés de aprender a ler e a escrever, as coisas boas e certas da vida estão lutando por sobrevivência da pior maneira possível acabando assim por perder tudo aquilo que é reservado a uma criança, deixando de viver e usufruir desta fase tão linda e importante que é a infância.
Concordo com o episódio do documentário que se refere às crianças brasileiras, pois mostram a realidade principalmente nas grandes metrópoles, inclusive as do sul do Brasil.
Existem muitos programas de inclusão social no país que são aplicados e desenvolvidos sejam federais, estaduais ou até municipais, para a conscientização da sociedade para uma infância melhor, mais digna de ser vivida, programas estes de tirar as crianças das ruas, das drogas, da fome, da prostituição e do crime, sendo que este problema deveria ser tentado resolver por todos, cada um deveria fazer sua parte, ter sua contribuição para um mundo melhor.
Aqui na minha cidade e região são desenvolvidos projetos como; danças folclóricas, escolinhas de futebol, informática, coral, violão entre outros para melhor a qualidade de vida destas crianças, mas mesmo assim não diferenciam os problemas enfrentados pelas crianças, sejam ela do sul do Brasil ou de qualquer lugar do mundo, pois a mesma muitas vezes tem acesso a tudo isso, mas não tem uma estrutura familiar, sem contar as milhares que estão no descaso da sociedade ainda sem família, sem um teto para morar, acessibilidade escolar e acima de tudo o respeito e dignidade ignorado por parte de toda a sociedade.
Como é triste e frustrante para uma criança saber ler, escrever e calcular como mostra várias vezes no documentário e ter seus sonhos e fantasias esmagadas e destruídas por conseqüência do destino, suas idéias, sentimentos e perspectivas de vida sendo podadas e sacrificadas pela desigualdade social.
Existe algo em comum entre as brincadeiras apresentadas, elas percorrem em todas as regiões do mundo, apenas mudando de nome conforme a sua cultura e região, por exemplo; brincadeiras de roda, futebol, fliperama, jogos de botão, brincadeiras das sombras, bonecas e parque de diversão, sendo conhecidas praticadas na minha cidade e região.
Mas no primeiro episódio o que me chama a atenção é que as diversidades da vida acabam às vezes destruindo o ser humano, aonde vimos crianças com armas de fogo em punho e que não conseguiam deixar para trás seu lado infantil, sua vontade de viver e se expressar, mas por uma questão de sobrevivência ao invés de brincar, estudar e ter uma família estão jogados no descaso do mundo se matando a cada dia.
É muito fácil colocar inocente no mundo, mas para isso temos que ter consciência de que este ser precisa de um suporte para se desenvolver, pode-se ter tudo ou pode-se não ter nada, mas o mais importante na vida é o amor, carinho e atenção para sim termos força e coragem para enfrentar os problemas que surgirem, onde de fato ficarão marcados na vida de cada criança os momentos bons e ruins e é nesta fase que se começa a formar a personalidade, maneira de ser e agir de cada um.
Para mim neste momento vejo que a diferença entre criança e infância esta na maneira como ela vive e sobrevive. Todas são crianças, mas nem todas conseguem vivenciar a sua infância.  
É nessa perspectiva acima que, a infância se torna esmagada, devido ao fato de que esta criança cheia de atribuições, não possui tempo suficiente para o ócio, onde se perdem as lembranças, porque não há tempo para brincar, criar, recriar a sua maneira de construir seu próprio pensamento, isto é, são pequenos seres que vão produzindo em função de outros e não na construção de si mesmos. Desta maneira, acabam sendo violadas, impedidas de construírem seu processo de emancipação humana e de luta pelo seu espaço.
“Algumas crianças não conheceram a paz, mas elas têm uma capacidade enorme de sobrevivência e extinto de cuidar umas das outras”. (frase dita por um dos personagens do documentário Crianças Invisíveis).
Observando todas as lâminas achei todas interessantes que condiz com a realidade das nossas crianças. Várias delas correspondem com todo o desenvolvimento da minha temática, mas escolhi somente duas que são; O Molde e Entre a Casa e a Escola.
As crianças num contexto geral são vistas como “invisíveis”, nós a vemos, mas não a notamos, muitas vezes não as respeitamos, ditamos regras impondo sempre o que se deve fazer. Em certas coisas não as deixamos fazer pelo fato de serem crianças outras vezes damos responsabilidades precocemente confundindo ainda mais seus conceitos de direitos e deveres, estando sempre no alvo dos adultos.
As crianças são humanas, com sentimentos, sonhos e fantasias, necessitam de carinho e atenção, tendo assim o direito de brincar, estudar e de se expressar.
Muitas vezes ocupam sua criatividade para desenvolver alguma atividade e são barradas e podadas. A mesma imagina, cria, colore e desenvolve acreditando na sua capacidade e o professor por ditar regras e achar que tudo tem que ser do seu jeito acaba frustrando-as e matando sua imaginação como aconteceu comigo nos primeiros anos de aula quando eu estava pintando uma cachoeira de azul e a professora chegou dizendo que nunca viu água azul, naquele momento me senti muito mal diante de meus colegas, pois, só estava tentando desenvolver no papel a paisagem que eu havia guardado na minha memória e resolvi me expressar.
A arte remete à apropriação de diversas linguagens que formam a expressividade humana. Como conta Maria Clotilde (Revista nova escola, abril 2010) “A primeira relação com a meninada com o desenho se dá, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel”, com o tempo, e após várias experiências com materiais, suportes e técnicas diferentes, as formas se tornam mais definidas e próximas da realidade de cada um. È por meios de desenhos que calmamente elas passam a ter controle para fazer linhas abertas, fechadas, curtas, compridas e pontilhadas desenvolvendo assim a sua coordenação motora.
Trabalhar com desenhos usando materiais como massas de modelar, aprendem a moldar, puxar, bater e enrolar. As tintas são espalhadas no papel por diversas formas e com vários materiais.
São formas de incentivar e motivar as crianças a deixar registrado a suas marcas, fazendo com que se sintam importantes desenvolvendo assim sua identidade e autonomia. Trabalhando com a expressividade, as atividades artísticas são um meio de controle motor, de compreensão do espaço e de desenvolvimento da imaginação. Como explica Maria Clotilde (revista Nova Escola mês abril de 2010). “Contudo desenvolvem a expressão artística, a curiosidade e a criatividade e se constroem os fundamentos das linguagens visuais como ritmo, contraste, tamanho e cor”.
Às vezes não percebemos o mal que causamos as crianças. Em casa só ouvem a palavra “não”, isso não pode, aquilo não pode ficando presas em seu mundo de fantasia. O fato dos pais trabalharem muito é que leva a crucificar seus filhos, pois não tendo tempo para brincar e ensinar os mesmos passam o tempo todo dizendo “não”. Claro que nem tudo elas podem fazer, mas deve ser explicado o porquê do “não”, pois acaba confundindo, na escola muitas vezes as mesmas coisas que o pai e a mãe não deixam fazer em casa, na escola são motivados a desenvolver e isso acaba frustrando-os e deixando-os agressivos complicando ainda mais o entendimento entre pais e filhos.
As crianças que vivem num ambiente rico em interações aprendem a demonstrar desejos, sentimentos e necessidades se expressando melhor. O processo se inicia com gestos e balbucios e se intensifica nas situações coletivas.
Por isso tanto em casa como na escola eles devem brincar, conversar com adultos, ouvir historia entre outros. As crianças prestam muita atenção no que os adultos fazem para emita-los, então os adultos que os rodeiam necessitam realizar ações que vão ao encontro das crianças. Se a família se interessa por leitura e escrita, certamente as mesmas vão adquirir interesse e o hábito pela leitura e a escrita, aumentando o desejo de dominar estas linguagens sempre respeitando o nível de desenvolvimento e os limites de cada um.  
Criança precisa brincar e se sujar, pois estimula e libera o potencial das mesmas, exigindo liberdade para aprender através das próprias experiências estimulando assim o seu desenvolvimento crescimento e aprendizado.
Brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, se insere na cultura e na sociedade e aprende a viver em grupo. A imaginação tem uma função importante na regulação das próprias emoções e das ações, as mesmas são meios de desenvolver a linguagem. Imaginando, a mesma se comunica, constrói historias e expressa vontades, reforçando assim sua identidade.
De acordo com o medico e psicanalista ingles Donald Winnecott(1896-1971), a liberdade que o brincar proporciona é fundamental para o desenvolvimento da criança por leva-las a conciliar o mundo objetivo e a imaginação. È dele também a idéia de relação entre a ausência de brincadeiras na infância e os problemas emocionais.
Desde que nasce a criança precisa ser estimulada e de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças. Segundo Lima (2001, p.16): “o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela”.
Quando as crianças têm espaços e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites, se exercitam até que adquirem o domínio da ação. O movimento por si só, é uma das primeiras conquistas da criança rumo à autonomia é a formação da identidade.
Um bom desenvolvimento psicomotor, cognitivo e lingüístico está intimamente ligado a progressiva construção da personalidade e das capacidades de se relacionar e se comunicar com outras pessoas.
Mais uma vez a criança deve receber estímulos de encorajamento e definições concretas de atitudes, deixando-as à vontade, com liberdade de expressão para fazer suas tarefas, deixando-os comer sozinhos, brincar, pintar, produzir entre outros os tornando independentes. Devem realizar suas tarefas por conta própria, mas não pode deixar largado de qualquer jeito, precisa da presença de um adulto para então intervir quando necessário ajudando a entender o que é certo e o que é errado.
Os estímulos adequados, oferecidos pelos pais, são fundamentais para uma boa formação. Estímulos adequados podem ser toques e palavras de carinho e incentivo, elogios, brincadeiras (com ou sem brinquedos), joguinhos, música, esportes, conversas, narrativas de histórias, etc.
Muszkat afirma que para desenvolver a capacidade cerebral de uma criança não precisamos de recursos sofisticados. É preciso oferecer um desenvolvimento emocional e cultural que ajude a construir mais do que um cérebro. Precisamos investir no desenvolvimento da inteligência infantil sempre visando o produto final almejado: um adulto confiante em si próprio e muito feliz.
Desde antes de nascer, as crianças estão imersas num mundo repleto de sons e são capazes de reagir a eles. Quando nascem conseguem distingui a voz humana e, nos primeiros meses de vida, se encantam com músicas associados aos gestos. Mesmo sem saber falar corretamente ou andar, elas tentam seguir os movimentos com as mãos.
Neste momento cabe ao professor e aos pais fornecer ritmos e sons para garantir o acesso a este conhecimento e entendimento da cultura. Os mesmos devem estimulá-los a cantar, dançar, pular, se movimentar acompanhando o ritmo das palmas e pés, ruídos com a boca e tentar mostrar a eles a diferença do nome dos sons de vários instrumentos sendo que a musica é uma ferramenta importantíssima para a aquisição da linguagem verbal.






 

















REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS:


ABUCHAIM, B. O; Encontros e desencontros entre família e escola. Pátio Educação Infantil, nº 19, mar/jun 2009.
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990. Brasília. 1990.
CASTRO, M. G. Noção de criança e infância: diálogos, reflexões, interlocuções. Disponível em <http://www.alb.com.br/anais16/sem13pdf/sm13ss04_02.pdf> , acesso em 30 de dezembro de 2009.
COLL DELGADO, A. C.; MULLER F. Infâncias, Tempos e Espaços: um diálogo com Manuel Jacinto Sarmento. Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, pp.15-24, Jan/Jun 2006.
HOLANDA, A. B., 1988, Dicionário Aurélio Escolar da Língua Portuguesa, 1 ed., Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ
NOVA ESCOLA, mês de abril, 2010(pg.42-50).
Disponível em <http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/como_os_pais_podem_desenv... - 40k> Acesso em: 12/03/10.
Disponível em <http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/como_os_pais_podem_desenv... - 40k> Acesso em: 12/03/10.



1 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

BRINCADEIRA NA INFÂNCIA


ACADÊMICA: ROSEMERI BERNARDI
RESUMO
Brincar é uma das atividades que mais interessa para criança, brincando ela observa cria imagina, pensa e se relaciona com outras pessoas, e tudo isso faz do brincar a condição para que a criança se desenvolva, é um caminho de elaboração pessoal para que a criança se descubra como pessoa, e desde que uma criança nasce uma das formas mais comum de nos relacionarmos com ela é através de brincadeiras, e assim vai aprendendo, conhecendo a si e aos outros e se situando no mundo em que vive.


INTRODUÇÃO

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 22) Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes tais como atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais”.                                  .
Através de simples brincadeiras podemos observar nas crianças suas capacidades de concentração e atuação do mundo em que vivem bem como suas dificuldades e avanços dentro de sua faixa etária. Além de divertir as crianças as brincadeiras fazem com que elas imaginem, criem novas situações e se socializem com outras crianças, geralmente elas imitam os adultos, principalmente os pais e pessoas de seu convívio diário, as situações cotidianas da realidade em que vivem, e aos poucos vão aprendendo as normas e regras do seu ambiente, muitas vezes as brincadeiras tem que ser repetidas para a criança entender e aprender, pois elas aprendem por imitação e repetição. “Concluímos que no brinquedo a criança cria uma situação imaginária” (Vygotski,1991, p.107).
A cada brincadeira realizada seja livre ou orientada pelo professor, a criança usa de sua imaginação, transferindo muitas vezes para brincadeira fatos reais vivenciados por elas ou encenam a realidade de como elas gostariam que fosse e acontecesse tentando assim realizar seus desejos. “A imaginação é um processo psicológico novo para criança” (Vygotski, 1991, p.106). Conscientemente a criança pode ter vontade de andar a cavalo e não ter acesso a um, e assim ela pode pegar um cabo de vassoura e fazer de conta que esta galopando no mesmo, imitando gestos e galopes, assim supre seu desejo, dando asas a sua imaginação realizando sua fantasia de andar a cavalo e considerando que cada criança é um ser único e talvez uma brincadeira determinada não vão agradar a todos, e segundo Vygotski a criança tem necessidades e desejos que certas brincadeiras não vão preencher estas necessidades em determinados momentos, elas estão sempre passando de um estagio pra o outro e assim mudam-se os interesses e com isto devemos estar sempre criando novas situações e formas de brincar, inventando e reinventando as brincadeiras para que elas incentivem o desenvolvimento integral das crianças colocando-as em ação, sem esquecer que na vida a maioria das coisas não acontece como queremos e não podemos fazer somente aquilo que gostamos, por isto quando as brincadeiras estiverem relacionadas a jogos poderemos mostrar para as crianças que se hoje eu ganho a manhã eu posso perder por isso o desprazer faz parte das brincadeiras tanto quanto o prazer em realizá-la. “O prazer não pode ser visto como uma característica definidora do brinquedo” (Vygotski, 1991, p.105).


2 ONDE BRINCAR

O local onde as crianças brincam também deve ser levado em conta, muitas brincadeiras devem ser realizadas ao ar livre com espaço, deixar as crianças em contato com a natureza faz com que se sintam livres, alegres o contato com a água, com a terra, com o ar, e também ajuda para que criem resistência física e imunológica contra doenças. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 22) “Alguns jogos e brincadeiras de parque ou quintal, podem se transformar em atividades de rotina”.                                  .
A sensação de liberdade faz com que a criança solte sua imaginação e teste todos os seus limites físicos, pulando, correndo, explorando seu espaço físico.                  .
No meu ponto de vista existe uma diferença entre o brinquedo e o brincar, a criança pode ter ou ver um brinquedo, achar bonito querer possuí-lo e não achar interessante brincar com o mesmo (muitas crianças possuem brinquedos de todos os tipos e modelos e os pais se perguntam, por que ele não gosta? E não se dão conta que o valor da brincadeira não esta no brinquedo e sim na maneira de como se pode brincar com ele, e isto não é diferente na escola, nem sempre a maneira que o adulto imagina que a criança deveria brincar e a forma de como ela gostaria de brincar com o brinquedo). Toda criança tem direito o direito de brincar, e devemos considerar que à medida que a criança vai crescendo o interesse pelas brincadeiras vai mudando e o que era interessante perde o interesse e a criança sente necessidade de coisas novas ou mais difíceis, as crianças gostam de ser desafiadas as brincadeiras possuem regras, sejam elas ocultas ou de comportamento, através das brincadeiras as crianças vão entendendo o que é certo e o que é errado, o que pode fazer ou não e com isso cada vez que a criança brinca, ela usa sua imaginação de maneira diferente, além disto, quando interagimos com as crianças através das brincadeiras estamos propiciando uma comunicação afetiva com elas que vai ser muito importante para um saudável desenvolvimento emocional da criança.


3 BRINCADEIRAS NAS DIFERENTES REALIDADES

O documentário “Crianças Invisíveis”, assistido foi muito marcante, me emocionei e comecei a pensar melhor em muitas coisas em minha vida, pude refletir sobre o papel da educação na vida destas crianças e perceber que muitas coisas embora não estamos vendo e vivenciando em nosso dia a dia elas acontecem e pelo que pude entender ele leva este nome Crianças Invisíveis, porque simplesmente as crianças apresentadas nele não existem para a sociedade nem para os adultos, seus sonhos, suas fantasias, suas emoções e vontades não importam para ninguém, são pequenos seres, com esperança que alguém lhes note, se importe com eles, mesmo sendo de paises e realidades diferentes são crianças com o mesmo sonho e a relação mais forte entre seus sonhos esta a escola, cada criança de alguma forma se imaginou na escola, encontrando refugio, onde poderiam se sentir bem acolhidos, ter amigos depois de tanto sofrimento e sonhos esmagados procuram um lugar onde possam ser e sentir iguais, ai entra o papel do professor que como um bom profissional, vai ser o orientador destas diferentes realidades e deve estar preparado para receber estes alunos, entender seus problemas, enfrentar junto com eles certos tipos de preconceitos de uma certa forma vai ser o amigo , o irmão e muitas vezes pai e mãe.
As crianças apresentadas no texto são reais, vivem sentem, sonham e sofrem, lutam pela sua sobrevivência, é muito diferente do que se pode dizer de uma criança ideal, que para o adulto uma criança ideal, não chora, não sonha, não incomoda é perfeita faz tudo certo na hora certa.
Em nosso país, nossa região é comum vermos pela tv crianças que catam lixo para vender até mesmo para comer (em meu município existe pobreza crianças bem humildes, às vezes vão às casas pedir comida, mas nada assim como no documentário, bem o mal é difícil à criança que não tem comida, pelo menos aqui não tem nem uma que viva na rua, por mais humilde que seja possuem um lugar para viver com seus pais ou com algum familiar). Falando da realidade em que vivo, aqui a criança pode brincar ir à escola, (pelo fato do município ser pequeno, todo mundo se conhece, qualquer coisa fora do normal é denunciada então as pessoas se cuidam mais, e conversando com o conselho tutelar sobre agressões pude constatar que poucas são s agressões físicas o que mais ocorre são as agressões psicológicas que os adultos fazem com as crianças), mas ainda muita coisa poderia ser diferente, pois tudo de bom que se faz para uma criança hoje Será o resultado da sociedade do amanhã, aqui temos os conselhos tutelares que garantem alguns direitos para as crianças o programa do PIM (onde eu trabalho) que é uma iniciativa do governo do Rio Grande do Sul, com o objetivo de trabalhar com as famílias através de orientações respeitando a cultura das mesmas, para que promovam um desenvolvimento integral de suas crianças através de brincadeiras, também temos o PPV que é programa de prevenção à violência que esta sendo implantado em muitos Municípios.
Durante o documentário foram apresentadas algumas brincadeiras todas conhecidas e muitas são brincadas em nossa região como boneco mole, sombras, joga de botões com moedas, jogo de futebol, brincadeiras com bonecas, musica parque de diversões, faz de conta etc...
Na verdade as crianças do primeiro documentário em minha opinião não brincam, carregam armas, perderam suas famílias e suas casas trocam seus brinquedos e a escola pelas armas a fim de garantir sua sobrevivência, aprendem a conhecer o mundo onde a regra que conhecem é matar, elas sofrem e de alguma maneira tentam sobreviver, cada história de todo documentário corresponde a uma realidade cruel, onde tudo que aprendem é obedecer, seguir imagens de seu cotidiano, a infância destas crianças foi podada, seus comportamentos alterados e suas vidas futuras destruídas, suas necessidades seus sentimentos foram pisados, e mesmo sem ter muita consciência do que fazem para sempre vão levar marcas que o tempo não vai apagar.
Observando as laminas que contam a historia Com olhos de criança, considerando que cada criança tem um corpo e uma historia, no momento em que uma criança começa a freqüentar a educação Infantil, dependendo de sua idade ela já trás com sigo alguns conhecimentos que conseguiu construir, e estes conhecimentos devem ser levados em conta, todas às brincadeiras que serão propostas pelo professor devem estar de acordo com a faixa etária das crianças, e devem estar de acordo com o nível de capacidade dos mesmos.
A brincadeira é fundamental para um bom desenvolvimento integral da criança, através delas o professor pode perceber as habilidades que as crianças possuem, bem como as suas dificuldades sempre respeitando o ritmo e aprendizagem de cada um, pois o ritmo de cada criança vai ser conforme sua cultura, seu nível econômico, estrutura familiar, até mesmo a escolaridade dos pais, acredito que todo mundo em algum momento da infância todo mundo brinca com algo ou de alguma coisa.
A maioria dos adultos, inclusive muitos professores costuma olhar a criança de cima como se ela fosse um ser inferior querendo que sempre prevaleça sua vontade numa forma de autoritarismo se esquecem que um dia já foram crianças, tiveram os mesmos sonhos, medos, insegurança, curiosidades e necessidades. Acredito que através das brincadeiras a criança pode começar a se encontrar no mundo em que vive e a forma de como vai agir em suas brincadeiras vai ser um reflexo de seu futuro, pois as brincadeiras mexem com o potencial das crianças, e o ideal é que o adulto torne as brincadeiras cativantes e prazerosas principalmente na educação Infantil, é muito bom e com certeza os resultados serão mais positivos quando o adulto sentar no chão com a criança, conversar com ela lhe dando explicações olhando em seu olho, de certa maneira se igualar com a criança, fazendo com que a mesma não se sinta tão inferior ao adulto, mas que confie no adulto que esta ao seu lado, pois quando uma criança sai de casa e vai para a escola ela fica meio perdidas, confusas, divididas entre estas duas realidades que vai ter que viver ao mesmo tempo, pois as orientações que recebe da família nem sempre são as mesmas orientações do professor e com isso as crianças entram em conflito com elas mesmas, (o adulto pode ensinar regras e limites entre outras coisas para as crianças através das brincadeiras sem precisar ameaçar, mentir, fazer falsas promessas, amedrontar causando mais confusão na cabeça das crianças com coisas sem lógica como “vou cortar seu piu- piu” entre outras, pois a criança ainda não entende o mundo como os adultos.) e com estão em  fase de socialização com outras pessoas, elas são também egocêntricas, achando que o mundo gira somente ao seu redor,e as pessoas também, ai entra a importância das brincadeiras que aos poucos vão ajudar as crianças a superar esta dificuldade e outras que possui passando a interagir melhor com outras pessoas até mesmo com seu cotidiano.


4 CONCLUSÃO

As brincadeiras na Educação Infantil são um grande passo para a aprendizagem das crianças e com isso os pais precisam entender que a escola ou creche não são um deposito onde simplesmente eles vão colocar seus filhos para poderem de alguma forma continuar suas vidas com mais tranqüilidade, claro que de alguma forma todos os pais ficam mais tranqüilos, confiam que seus filhos por um determinado período de tempo estarão bem cuidados, mas não devem se esquecer que a escola apenas vai complementar a educação da criança lhe proporcionando a construção de novos conhecimentos, por isso as brincadeiras devem ser planejadas, orientadas, e ter objetivos, através delas as crianças vão desenvolver suas habilidades motoras, cognitivas, sócio afetivas, linguagem, em uma simples brincadeira a criança pode se desenvolver integralmente, claro que nem todos gostam de brincar da mesma forma e nem da mesma coisa, e para que ocorra uma cooperação entre as crianças o professor deve auxiliá-las, com isso às brincadeiras devem ser diversificadas para prender a atenção e não cansar a criança.
A brincadeira é fundamental na Educação Infantil, as crianças aprendem por meio do brincar e deste modo se torna um dos melhores meios de aprendizagem, o brincar é muito importante é um componente essencial para o desenvolvimento social, intelectual, criativo e pessoal da criança, elas precisam de tempo e espaço para praticar as brincadeiras que ao mesmo tempo se tornam em habilidades para as crianças, mas elas precisam de professores que as ajudem a aprender estas habilidades, por isso os professores devem refletir sobre o brincar nas escolas até mesmo no convívio familiar, todos aceitam o fato de que as crianças brincam que o brincar é uma atividade prazerosa, mas poucos acreditam que esta é a maneira pela qual as crianças aprendem, observando a turma da Educação Infantil ,pude constatar que são poucas as brincadeiras realizadas, os momentos que estive na escola as crianças estavam sentadas, cada uma em sua mesinha , em fileiras, a professora contou uma história do Leão (não sei o nome já havia iniciado a aula)depois de ouvir a historia pouco comentário sobre a mesma foi feito segundo a professora para não virar bagunça em seguida ela deu atividades no papel de coordenação motora para que eles passassem o lápis por cima dos riscos e mais um desenho tipo mascara de um leão para pintar, uns pintaram, outros rasgaram a folha, enfim a atividade não prendeu a atenção das crianças( ai a culpa e da estagiaria que esta assistindo a aula), a professora para segurar eles mais um pouco na sala cantou um canto, todos cantaram felizes, fizeram bonito ai foram conduzidos para o pátio da escola (a meu pedido ela realizou uma brincadeira com eles)jogar uma bola dentro de uma caixa para ver quem acertava(pediu para que eu escolhesse uma brincadeira) todos ansiosos fizeram uma fila, foi determinado uma distancia para atirar a bola, cada um tinha três chances para jogar, uns entendiam outros não,uns acertavam fácil outros tinham muita dificuldade, mas foi uma brincadeira bem conduzida, aos poucos foram feitas duas filas ai as meninas contra os meninos e desta forma virou uma competição para ver quem conseguia acertar mais e aos poucos íamos aumentando a distancia para que eles se sentissem desafiados.Esta brincadeira durou uns trinta minutos logo veio o recreio foram comer a merenda e se misturaram com as outras crianças no pátio da escola, ao retornar para aula cada um pegou sua mochilinha e foi para a pracinha brincar livremente, a professora sentou em um banco e foi ler um livro de vez em quando olhava para as crianças, ali cada um brincou a seu modo, um imitava o outro, brigavam pelos balanços( bom neste brinquedo digamos apenas os mais metidos conseguiram ir) bom em minha opinião é muito bom que as crianças tenham liberdade de escolher como querem brincar, usando sua própria imaginação, mas tudo tem o seu limite acho que a professora poderia ter estabelecido certas regras para os brinquedos imposto alguns limites para as brincadeiras, assim através do brincar ela poderia estar trabalhando nas crianças o respeito, os limites, a amizade, o repartir, o cooperativismo entre eles por exemplo eu não posso ficar com tudo e meu colega sem nada. Com isso acho que o professor deve refletir sobre a importância das brincadeiras e planejar melhor o tempo que vai disponibilizar para cada uma delas e depois de conhecer seus alunos adapta-las para que eles se desenvolvam suas habilidades integralmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 CHAREF, Mehdi; LUND Kátia; LEE, Spike: et al. Documentário Crianças Invisíveis. Itália, 2005.

Guia de Orientação para GTM, Monitor e Visitador/ Programa Primeira Infância Melhor/Porto Alegre 2007.

Guia da Família/ 2ª edição/ Programa primeira Infância Melhor/ Porto Alegre 2007.

LIMA Elvira Cristina de Azevedo Souza. A atividade da criança na idade pré-escolar Série Idéias, n. 10. São Paulo: FDE, 1992. P. 17-23.
Referencia Curricular Nacional para a Educação infantil/ formação pessoal e Social/ Vol 1,2,3 -Brasília: MEC/SEF, 19

VYGOTSKI L.S. O papel do Brinquedo no desenvolvimento. In: A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. , p. 105-109.