terça-feira, 24 de maio de 2011

ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E EJA:

Aprendizagem na fase inicial de alfabetização, ou seja, objetiva de forma geral, objetivando compreender como e com que delimitações se constituem a categorização dos alunos na fase da alfabetização

Denise da Silva Silva Machado¹

SUMÁRIO: Introdução; 1.Entendendo os processos cognitivos da construção da escrita; 2.Como fica o trabalho docente diante do processo e construção da escrita da criança; 3.Considerações Finais; 4.Referências Bibliográficas.

RESUMO: Este artigo apresenta um estudo referente ao desenvolvimento e a construção da escrita pela criança, a fim de compreendê-la e analisá-la no processo ensino aprendizagem.

Palavras Chaves: Alfabetização, Construção, Conhecimento E Escrita

INTRODUÇÃO

O ponto de partida será a parceria realizada com a escola, (Escola Estadual de Ensino Médio Bento Gonçalves) para melhor compreender qual o processo percorrido por uma criança ate chegar à aquisição da leitura e escrita. Na escola parceira se percebe que o aluno tem contato com a escrita e a leitura no só em sala de aula, mas fora da escola, então a necessidade de entender como acontece à construção da escrita nas séries iniciais, compreendendo, sobretudo que fatores internos e externos podem contribuir para o sucesso da alfabetização

E através destes conhecimentos adquiridos tenho condições de melhor auxiliar as crianças na escola, entendendo suas garatujas, ajudando-as nesse processo, fazendo dos meus alunos sujeitos conscientes, críticos capazes de construir uma sociedade igualitária, democrática e solidária, continuamente.

O homem é um ser social, e cabe a escola oferecer um espaço onde o saber socialmente construído seja distribuído de forma justa e eqüitativa; O alfabetizador comprometido com o ensino de qualidade precisa estar em constante capacitação, reciclando suas metodologias a fim de atender as transformações sociais; levar em consideração a experiência de vida do indivíduo, seu contexto cultural, propor uma educação capaz de estimular o educando a perceber-se no contexto social, como um ser social e político, entendendo o processo educativo como um ato crítico, levando os educando ao questionamento e a problematização.

A atitude do alfabetizador diante do desafio de educar como um ato político é o de propor uma educação participativa; onde os principais beneficiários deixem de ser meros objetos de ensino e passem a ser sujeitos ativos de todo o processo de ensino-aprendizagem, entendendo a educação como um veículo para a libertação, e isso deve acontecer desde cedo.

A alfabetização é um ato político praticado conscientemente pelo esforço da leitura do mundo e da palavra, pois já não é possível textos sem contexto ou palavras sem conhecimento de mundo; a prática democrática e crítica da leitura do mundo e da palavra estimulam o leitor a pensar e analisar a realidade vivida. A leitura do mundo é fundamental para o aprendizado crítico e consciente da leitura e da escrita das palavras não há como negar a natureza política do processo educativo nem o caráter educativo do ato político; Educar é um ato político, fazer política é um ato educativo. Daí cabe ao educador crítico alfabetizar para libertar a palavra do alfabetizando que este além de ouvir, possa também falar.

A escola, neste aspecto, deve levar em conta que a criança é um conjunto de pensamento, movimentos e também de sentimento, cabendo a ela oferecer oportunidades de expressão e realização. O professor precisa utilizar métodos e técnicas, tornando suas aulas significativas e prazerosas, considerando o conhecimento do aluno, seu contexto social, sem deixar de lado o conhecimento sistematizado, realizando atividades lúdicas, desafiando a curiosidade estimulando o desejo de apreender. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo; é ir muito além de ler e escrever, pois o processo de alfabetização da criança inicia desde a mais tenra idade e tem sua continuidade com a chegada do ano escolar, por isso é necessário aprender ler e escrever.

Alfabetização é uma tarefa complexa que não depende de treinos longos e cansativos, e sim de motivação, organização do espaço, materiais diversificados e estímulos provocadores que proporcionem às crianças um melhor desenvolvimento e valorização de suas capacidades, respeitando o seu momento e o seu ritmo; tornando-as um ser ativo na aprendizagem da leitura e escrita mediante a interação de sua vivencia.

A alfabetização tem sido motivo de estudos e pesquisas e a maior atenção é dedicada à construção do processo da escrita, a psicogênese da escrita e da leitura, baseado nos estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1979); vários são os fatores que podem influenciar os avanços e retrocessos dos alunos nesse processo da alfabetização.

1. Entendendo os processos cognitivos da construção da escrita

A utilização da escrita para o registro do saber produzido pelo homem é um processo de acumulação do saber, gerando a possibilidade de criação de novos conhecimentos, a partir do acervo já disponível.

A escrita, contudo, surgiu pela primeira vez no mundo antigo num momento histórico caracterizado pelo desenvolvimento simultâneo de uma serie de elementos diversos, chamado civilização. A escrita surge acompanhada de um notável desenvolvimento, tal desenvolvimento não aconteceria se não existisse a escrita.

A escrita tem origem no momento em que o homem aprende a comunicar seus pensamentos e sentimentos por meio de signos; Signos que sejam compreensíveis por outros homens que possuem idéias sobre como funciona esse sistema de comunicação.

O processo de alfabetização é muito complexo que se inicia muito antes da entrada do sujeito na escola é onde se adquire domínio e habilidades, um processo de conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos que possibilitam ao aluno ler e escrever com autonomia. A alfabetização está centrada nos aspectos construtivista e fica evidente que o sistema de escrita é um objeto de conhecimento da criança.

O aluno convive em seu cotidiano com diferentes formas de aprendizagem e essas aprendizagens se articulam em vários momentos e podem ser exploradas na escola.

Aprender a leitura e a escrita, exerce um papel fundamental no desenvolvimento cultural da criança, e para isso ela deve ser uma tarefa necessária e não uma imposição vinda de fora que seja apenas uma atividade motora.

A alfabetização é um instrumento fundamental, pois serve como meio de comunicação e re-organização do pensamento, da memória, da atenção, da percepção, enfim, de todo o processo de constituição da consciência.

Por considerar o processo de alfabetização desta forma é que há importância partir da investigação-ação, uma vez que assim compreenderemos como acontecem os processos, quais as dificuldades, potencialidades encontradas para podermos realizar e buscar soluções.

Nesse sentido, o educador precisa valorizar a bagagem de conhecimento que a criança possui no momento de seu ingresso na escola proporcionando práticas que contribuam para a transformação da realidade.

A alfabetização é o momento mais importante da formação escolar de um sujeito, todo o educador deve incentivar o educando a fazer uso do conhecimento que ele já possui, e a sua relação com a escrita; Segundo FREIRE (1982), a leitura da palavra precede a leitura do mundo, e nesse contexto revela-se que a criança em nenhum momento deve ser tratada como analfabeta vazia de conhecimento da realidade que a cerca, contudo cabe aos educadores refletirem em que bases educativas seu desenvolvimento cognitivo pode ser realizado.

Por isso os educadores exercem papel primordial na formação de novos leitores, que devem ser capacitados cada um em sua escala de experiências próprias e únicas como sujeitos dominadores de uma linguagem oral praticada com destreza, pois cada indivíduo apropria-se de características que os diferenciam; aprender a ler e escrever, alfabetizar-se é, antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto.

A linguagem verbal é o instrumento básico da comunicação e representação dos seres humanos e é o que nos identifica como tal. Desde a infância até a vida adulta, a linguagem é o verdadeiro motor do pensamento, o que nos permite ativá-los e organizá-los.

Para perceber a fala, é necessário ter atenção, reconhecer as frases, palavras e sons do idioma e conhecer seu significado. Isso ocorre no exato momento em que a mensagem é recebida. Não basta ouvir o som, é necessário todo um processo mental para que a fala seja entendida. A linguagem é um elemento básico e fundamental para a comunicação e sempre vem acompanhada de expressões. Por essa razão, a linguagem age diretamente na organização do raciocínio e assim vai reestruturando as diversas funções psicológicas.

Podemos dizer que o processo de alfabetização da criança inicia desde o inicio da fala e a criança aprende a língua escrita de maneira ativa, retirando das relações sociais e do ambiente em que vive as informações necessárias para se apropriar deste objeto de conhecimento.

Sabe-se que o conhecimento da linguagem infantil fornece instrumentos eficazes para um trabalho mais sistemático na apresentação mais coerente dos elementos que o falante das combinações diversas utiliza.

A criança aprende através de tentativas; Por isso é preciso deixá-la falar por ora incorreto, vá se aperfeiçoando, permitir que ela descubra seu erro e tente novamente, e que o sujeito vivencie suas aprendizagens, pois o desenvolvimento da linguagem é de fundamental importância no processo de relações que a criança estabelece entre si e o meio.

O mesmo acontece com o processo de alfabetização, que é continuo na construção de conhecimentos e saberes sendo amplo e complexo, e implica não só na capacidade intelectual, mas também diferentes fatores de ordem social, emocional, físico e psicológico da criança; envolve habilidades e competências necessárias para lidar com estes desafios e requer um conhecimento considerável concernente das teorias e métodos.

Por essas questões explicitadas entre a fala e o processo de aquisição da leitura e da escrita é que se torna importante a elaboração de um planejamento pedagógico de qualidade que esteja em sintonia com a cultura, conhecimentos prévios, experiência dos alunos nos diversos meios de sua vivencia; e os educadores ter uma interação com todas as áreas para que o aluno possa desenvolver suas potencialidades visando coerência com a realidade deste, objetivando ampliar os contextos significativos de funcionamento de alfabetizar letrando.

Trabalhar com alfabetização é um desafio. Por isso muitos educadores fogem da alfabetização, pois a formação inicial recebida nos cursos de magistério e no estagio não é suficiente para nos preparar para o exercício da alfabetização. E o profissional se depara com sujeito de diferentes interesses, situações e experiências e os alunos não aprenderão de forma igual, se a criança não for bem educada e alfabetizada ela terá uma deficiência, uma lacuna de dificuldades em avançar e adquirir novos saberes. Você tem que ser muito apta e qualificada a fazer do teu aluno um ser pensante, atuante e critico, não esquecendo que existem diferentes modalidades do conhecimento.

A criança precisa que lhe seja oferecida diferentes atividades a fim de que estabeleça e perceba a relação existente entre o significante e o significado, permitindo um reconhecimento visual das palavras e o entendimento ao que elas significam.

Como sabemos, não existe um ponto de partida zero para ensinar ou aprende nem idade determinada, todos possuímos um conhecimento e o aluno quando chega à escola traz informações da sua vivencia, da família e dos meios de comunicação; Ela constrói uma explicação por si mesma, e na medida em que este se desenvolve acumula valores, experiências como, por exemplo, aprende desde cedo que para comprar algo é preciso levar dinheiro à loja muito antes de conseguir explicar para que sirva o dinheiro. O crescimento é continuo, podendo ser rápido ou lento, a criança precisa é de diversas atividades para desenvolver suas habilidades, proporcionando assim o desenvolvimento das habilidades necessárias para a aquisição da aprendizagem da leitura e escrita.

Conforme Piaget (1958): Se cada ação implica assimilação, e se assimilação é definida como a incorporação de objetos onde ligações externas em esquemas de ação, cada ação, para este objeto, transformam este em suas propriedades e relações.

Diante de tantos desafios que o professor enfrenta para que a alfabetização desses sujeitos aconteça de fato é imprescindível o conhecimento da realidade do qual este sujeito está inserido.

A partir deste conhecimento é que devemos organizar nossos planejamentos e ações condizentes para qualificar a vida dos sujeitos, e indicar caminhos para que a aprendizagem ocorra.

“O professor deve ser um investigador, comprometido com um conhecimento de técnicas pedagógicas, com um domínio de conteúdos escolares e com experiência acumulada em seu trabalho docente. Alem disso, porque deve considerar algo que não esta nos livros, este não pode conhecer de antemão, uma vez que se trata do saber de seus alunos, das hipóteses, das relações que fazem do sentido o estudo e a escola têm pra eles”. (Macedo)

O aluno precisa ser orientado ao uso da escrita e leitura de modo interpretativo, para que seja possível à criança não só ler e escrever; mas compreender o que foi lido, sabendo fazer uso da palavra, pois alfabetização envolve o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral.

Na alfabetização, o enfoque de trabalho da língua oral deverá ser basicamente procedimental, isto é, a maioria dos conteúdos que as crianças aprendem são procedimentos de utilização da língua, através dos quais aprendem atitudes e conceitos relacionados com a linguagem; A escrita serve para saber coisas, divertirmo-nos, estarmos informados, para aprender, conhecer a marca de um produto, utilizar a escrita em situações que tenham sentido, e sejam significativas para os aprendizes.

Através da alfabetização de um indivíduo acontece sua socialização, historia não só representa suas experiências diárias ao longo de sua vida, como também abrange sua inclusão numa família, comunidade e cultura.

Para acontecer à aquisição deste saber, elas precisam agir, tentam assimilando informação proporcionada pelo meio. É através desses esquemas que as crianças interpretam informações, permitindo assim um novo sentido aos encontros com a escrita e seus usuários.

Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky, pesquisadoras reconhecidas internacionalmente por seus trabalhos sobre alfabetização, a grande maioria das crianças, na faixa dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho; sabendo o que se pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto se podem ler as letras quanto os desenhos. Muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura/escrita, as crianças constroem hipóteses sobre este objeto de conhecimento.

Diagnosticar quanto os alunos já sabe antes de iniciar o processo de alfabetização é um preceito básico do livro Psicogênese da Língua Escrita, que Emilia escreveu com Ana Teberosky em 1979. A obra, um marco na área, mostra que as crianças têm idéias, teorias, hipóteses que continuamente colocam à prova frente à realidade, e que confrontam com as idéias do outro.

Os trabalhos desenvolvidos por Emília Ferreiro e Ana Teberosky não são métodos, muito menos milagrosos, para alfabetizar e que por si só eliminem o fracasso escolar e analfabetismo. São posicionamentos que colocam em evidência fatores do processo de aprendizagem da língua escrita de que antes não se tinha conhecimento, ou seja, o entendimento dos processos pelos quais a criança passa no desenvolvimento e aquisição da língua escrita. Este sim é um conhecimento indispensável para educadores alfabetizadores.

No entanto é necessário que as pessoas envolvidas na organização de experiência escolares levem a sério os diversos escritos que a criança faz e estimulá-lo através de perguntas, questionamentos a fim de eles refletirem e por si mesmos chegarem às próprias conclusões; não de forma autoritária e obrigatória pelo educador, mas de forma questionadora e intrigante que leve o aluno ao desequilíbrio na teoria de Piaget.

Ferreiro (1999, p.47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola é que não termina ao finalizar a escola primária”. É um processo de conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos que possibilitam ao aluno ler e escrever com autonomia, esta centrada nos aspectos construtivista e fica evidente que o sistema de escrita é um objeto de conhecimento da criança.

A língua escrita é a construção de um sistema de representação. Inicialmente a criança utiliza desenhos para expressar a palavra, após ela diferencia desenho de escrita e a partir desse momento ela constrói hipóteses sucessivas em relação à compreensão alfabética.

Através de leituras realizadas e de pesquisas dos colaboradores de Piaget, podemos classificar as fases que a criança realiza em níveis da conceitualização da escrita:

O primeiro nível é dominado, pré-silábica, está é marcada pela diferenciação ou não do desenho e do próprio objeto. Nessa fase as crianças não estabelecem relação fala e escrita e atribuem às pessoas, animais, e objetos grandes, escritas também grandes, o que chamamos de realismo nominal.

O nível seguinte é a silábica onde para cada emissão de som, a criança registra uma marca no papel, consideravelmente uma letra. Ela estabelece relação fala e escrita.

No nível seguinte a silábica alfabética, ela esta em processo de transmissão de uma hipótese para outra subseqüente, ou seja, avançar também permite avanços e retrocessos, são os conflitos cognitivos, que permite englobar o que já sabia anteriormente e avançar em novas construções.

E finalmente a compreensão alfabética, ela percebe a relação entre fonema e grafema. Lê e escreve compreendendo a escrita; usamos fonemas com naturalidade em nossa comunicação, mas é difícil dizer em que medida os falantes têm uma consciência natural deles; É durante a aquisição da escrita que nos aproximamos dos fonemas

Como nos sistemas fonológicos o grafema geralmente corresponde a um fonema, o falante alfabetizado passa a distinguir com clareza essas unidades mínimas da fala. A história da escrita nos mostra o longo e árduo caminho percorrido até se chegar a sistemas consistentes de escrita fonológica.

O aprendizado ocorre na interação social, isto é, a criança manipula as ações do meio e interioriza o ambiente deve ser adequado e propicio para o aprendizado, porem as propostas de alfabetização devem valorizar a criança e seu trabalho; havendo interação entre professor e aluno, proporcionando condições saudáveis para que o processo de aquisição da leitura e escrita se realize.

O professor só conseguirá ajudar formar um cidadão crítico e atuante na sociedade se ele conhecer seu aluno e oferecer múltiplas oportunidades de aprendizagem a criança; escolher o que de bom tem cada método e ver o que melhor se adequada com sua turma para alfabetizar, encorajando-a, tentando entender o pensamento vivenciado por ela em determinados momentos de sua evolução; dar continuidade aos ensinamentos que o aluno traz de casa, possibilitar oportunidades de crescimento através de um trabalho contínuo, desenvolver conteúdos voltados para a realidade envolver os alunos em todas as atividades.

A alfabetização é o momento mais importante da formação escolar de um sujeito; incentivar o educando a fazer uso do conhecimento que ele já possui, e a sua relação com a escrita, serve como meio de comunicação e re-organização do pensamento, da memória, da atenção, da percepção, de todo o processo de constituição da consciência.

A aprendizagem da leitura e escrita não se realiza da mesma forma para todos os alunos, quando a criança mesmo sem freqüentar a escola começa a ter contato com materiais escritos em casa, na rua, ou em qualquer lugar onde se encontre está construindo cotidianamente a busca de novos referenciais.

As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo.

Segundo Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem duvida, em um ambiente social. Mas as praticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.”

2 Como fica o trabalho docente diante do processo e construção da escrita da criança

O professor deve ter consciência de que cada criança é singular, umas percorrem o caminho rapidamente, outras precisam de mais tempo, o professor precisa respeitar esse tempo, se posicionar como mediador do conhecimento, um motivador, que trate o erro como uma forma construtiva, onde o aluno acabe ele percebendo onde errou; por isso é importante o planejamento de acordo com a realidade da criança, e fundamental para a melhoria qualitativa no ensino da alfabetização.

O professor de tempos atrás era o sujeito principal do processo educativo, a aprendizagem consistia em transmitir mecanicamente o conhecimento.

Hoje sabemos que a criança quando entra na escola traz consigo conhecimentos que são leituras do mundo que a rodeia, através das diferentes formas de interação. Os conteúdos precisam ser trabalhados de acordo com realidade dos alunos, dentro de um contexto significativo a eles, se não terão utilidade.

De fato a aprendizagem da linguagem escrita é um processo de associação de símbolos gráficos a sons da fala e, por isso, um processo mecânico de repetição de letras ou sílabas e seus respectivos segmentos sonoros, passaram a ser questionadas com mais intensidade.

No processo de alfabetização encontramos ainda ao lado dessas conceitualizações que são construções originais da criança alguns conhecimentos específicos sobre a língua escrita só pode ser adquiridos através de outros informantes, cada letra tem um nome especifico, que escrevemos de cima para baixo, e da esquerda para a direita; que há diferença entre as letras, que servem para ler e os números servem para contar, junto com as letras aparecem os sinais de pontuação, que existem letras maiúsculas e minúsculas e em qual momento a utilizamos.

Trata-se de aprendizagem de convenções que não se ligam diretamente a gênese da alfabetização, mas são responsáveis pela maior variação individual seguindo a providencia social da criança.

O professor deve refletir sobre a ação e desenvolver seu planejamento, organizando suas ações de maneira que estes sujeitos construam e estabeleçam as relações necessárias para alimentar suas dúvidas e questionamentos.

Segundo os autores estudados constatou-se que para aprender não tem tempo determinado e nem idade certa, mas sim deve ser respeitado o nível em que nos encontramos. Não podemos exigir algo do sujeito que aprende se o nível em que ele esta é inferior ao que queremos desta criança.

Ferreiro diz que muitas vezes uma criança pode superar níveis saltando de um para outro como também algumas crianças permanecem durante muito tempo ou ate um ano num nível só. Esse processo nos confirma de fato que todo o aluno é diferente do outro e, portanto o ensino devera ser voltado para as peculiaridades de cada um, valorizando suas experiências, ampliando assim seus conhecimentos.

Podemos concluir que o educador deve procurar desenvolver no educando a autonomia, parte integrante do processo de alfabetização, encorajá-los a construir por si mesmos seus próprios valores.

De acordo com Piaget (1996) as crianças adquirem valores morais não por internalizá-los ou absorve-los de fora, mas por construí-los interiormente através da intervenção com o meio em que esta inserida.

O saber é construído e não imposto de fora, deve-se proporcionar ao aprendiz a complexidade de forma gradual, onde a criança organiza o pensamento, vivenciando a moralidade em todos os aspectos e ambientes presentes na escola; Do ponto de vista de Piaget, educar moralmente, é proporcionar à criança situações onde ela possa vivenciar a cooperação, a reciprocidade e o respeito mútuo e assim, construir a sua moralidade.

Os professores que começam a entender a alfabetização como um processo, falam menos e escutam mais; escutar é infinitamente mais importante do que falar, as aulas precisam ser ricas, motivadoras, variadas é preciso iniciar a alfabetização trabalhando com materiais do dia a dia das crianças, como rótulos, embalagens, jornal revistas, entre outros, para acontecer o desenvolvimento da alfabetização.

Como docentes cabe promover ações, vivenciando com as crianças temas que sejam do interesse delas, instigando-as e estimulando-as com atividades prazerosas e divertidas de leitura e escrita, buscando sempre o sentido naquilo que se lê e se escreve, interagindo com o objeto do conhecimento, formando sujeitos críticos e ativos; pois cada sujeito tem seu ritmo próprio de aprender umas aprendem mais rapidamente e outras de maneira mais lenta, mas todas Sentem curiosidade, interesse em investigar o seu meio.

Ter um planejamento de acordo com a realidade da criança é fundamental para a melhoria qualitativa no ensino da alfabetização; para aprender ler e escrever, é preciso entrar em contato com a língua escrita, dentro de um ambiente facilitador, estimulador, prazeroso, que possibilite, promova e crie interesse em adquirir esse conhecimento;

Para alfabetizar precisamos nos posicionar como mediador do conhecimento, através de motivação, organização do espaço, materiais diversificados e estímulos provocadores que proporcionem às crianças um melhor desenvolvimento e valorização de suas capacidades, respeitando o seu momento e o seu ritmo; tornando-as um ser ativo na aprendizagem da leitura e escrita mediante a interação com seu meio, com o outro e consigo mesma.

Todo o aluno é diferente do outro e, portanto o ensino devera estar voltado para as peculiaridades de cada um sendo que, numa classe podem acontecer concomitantemente coisas diferentes, sobretudo em relações as atividades realizadas para e pelos alunos.

Diz-se que quando as crianças conseguem escrever e ler o que escrevem, considera-se já alfabetizado, no entanto a alfabetização é um processo continuo.

3. Considerações Finais

Após a realização deste trabalho concluiu-se que, quando as crianças chegam à escola, elas trazem consigo uma grande bagagem de conhecimento; e estes devem ser valorizados pelos professores e pela instituição escolar sendo que, para aprender não existe idade determinada e que todas as crianças tem condições de aprender, quer um processo rápido ou lento. Para isso, faze-se necessário que o professor conduza o processo de alfabetização, apostando na capacidade de todos os alunos para aprender a ler e escrever. Pois o professor é o mediador do conhecimento, então deve procurar transmitir informações relevantes, oportunizando o conhecimento e a alegria de aprender.

O professor precisa conhecer a realidade de sua turma e conduzir o processo de alfabetização apostando na capacidade de todos os alunos para aprender a ler e escrever; trabalhar os currículos de acordo desta para depois aplicá-lo e assim os alunos aprenderam e apropriar-se- ao de tal conteúdo, tendo assim um maior aproveitamento e melhor aprendizagem na construção do seu conhecimento.

O educador que se compromete com a alfabetização precisa ter dedicação no que faz, e ver no trabalho possibilidades interessante de efetivo desenvolvimento da criança com o universo da escrita; os alunos exigem muito dos educadores, eles nos desafiam mais por isso precisamos gastar um tempo maior em planejamento a fim de que o mesmo possa intervir no processo de aprendizagem dos alunos de maneira mais eficaz embasada no que diz respeito ao processo de aquisição da leitura e escrita. Percebeu-se também que a criança passa por etapas evolutivas ate chegar à construção da escrita e da leitura; em cada etapa vencida, avança um nível, no entanto, só consegue chegar à compreensão da mesma, no momento em que supera todos os níveis, saltando de um para outro, ou permanecer durante muito tempo em um só nível.

Por fim a instituição escolar tem o desafio de organizar situações de aprendizado, onde o professor entenda, desafie e questione as crianças, sabendo agir com os problemas enfrentados por elas em momentos cruciais de seu desenvolvimento.

Por estar em contato diariamente com professores e alunos, sabendo da possibilidade de se realizar um trabalho qualitativo, envolvendo o contexto social e valorizando o saber do aluno, para que o conhecimento adquirido por ele possa contribuir para seu dia-dia.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI Luiz Carlos, Alfabetização e lingüística.

CÓCCO, Maria Fernandes e Marco Antônio Hailer, As marcas no caminho. Disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

FERREIRO, Emilia e Teberosky, Ana. Hipóteses de alfabetização.

FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo. Cortez/Autores Associados, 1986.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita.

FREIRE Paulo, A importância do ato de ler.

MACEDO, de Lino, Ensaio Conhecer o aluno como totalidade: implicações da tarefa docente. São Paulo, casa do psicólogo, 1994

MOOL, Jaqueline. Alfabetização (re)significada. disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

MOOL, Jaqueline. Construção social da linguagem oral e escrita. disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

MOOL Jaqueline. A psicogênese da língua escrita. Disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

PEREIRA, Juliana Aparecida Dumont; Ferreira, Helena Maria. Construtivismo: (des)metodotização do processo de alfabetização.

TEBEROSKY Ana Conhecimentos prévios da criança. Disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

REGO, Lúcia Falar e escrever. Disponível no AVA, acessado em novembro de 2009

SILVA, Rogéria da. Novo, Ler, escrever e falar: encontros e desencontros- implicações sobre a prática docente.

¹Acadêmica do Curso de Pedagogia – UFPEL – Pólo Seberi – RS

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EDUCAÇÃO INFANTIL


Iones Martins de Azevedo[1]


RESUMO

Os jogos e brincadeiras tem função social e é através deles que a criança descobre o mundo em sua volta, interage com colegas e professores, tem um desenvolvimento sadio, adquire aos poucos experiências de buscar coerência e lógica nas suas ações. É pelo brincar e repetir das brincadeiras que as crianças representam  papéis e desenvolvem a imaginação.

Palavras-chave: Criança; educação infantil; brinquedo; jogos.


INTRODUÇÃO
No decorrer deste artigo vou relatar alguns detalhes do surgimento da Educação Infantil no Brasil, suas conquistas, mais especificamente vou me deter sobre o ato de brincar nas creches e pré-escolas.
Após ter realizado minha pesquisa bibliográfica e muitas observações com as crianças do jardim e pré-escola, da Escola Municipal de ensino fundamental Padre Benjamin Rosato, localizada na cidade de Cristal do Sul, RS,  descobri que brincar traz muitos benefícios para o desenvolvimento saudável das crianças. É na sala de aula que as crianças encontram espaço de prazer e alegria, elas despertam capacidade de aprender, de pensar, compartilhar, se conhecer melhor e agir no meio social.
É através das brincadeiras que as crianças se comunicam, demonstram carências, medos, fantasias, emoções, imitam pessoas do seu meio, etc.
Entendi que o professor deve contemplar e analisar as brincadeiras e as manifestações corporais das crianças de seu entorno para poder compreendê-las melhor.
O meu objetivo, como já trabalho na educação infantil, é entender melhor sobre a vida das crianças e sobre a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da imaginação e criatividade.
Surgimento da Educação Infantil


Por volta de 1920, a educação infantil passa a fazer parte do cenário brasileiro para atender crianças de 0 a 6 anos em instituições especializadas. Logo após as mudanças sociais e econômicas, causadas pelas revoluções industriais. Inspiradas por estas, muitas mulheres que  só cuidavam dos filhos e dos afazeres domésticos, decidiram se tornarem independentes financeiramente e também ajudar no sustento da família entrando no mercado de trabalho. Neste sentido  viram nas creches o lugar ideal para deixarem seus filhos enquanto trabalhavam fora de casa.
A educação infantil vem desde então ganhando  cada vez mais importância como uma das melhores formas de estimular corretamente e ajudar no desenvolvimento das crianças, para além do ato de cuidar.
Sob esta óptica, Boz afirma:

A educação infantil representa a primeira experiência de educação escolar vivenciada pela criança. É de fundamental importância que esse processo educativo esteja voltado para o seu desenvolvimento integral, evidenciando a indissociabilidade de suas características cognitivas, socioafetivas e psicomotoras, levando em conta os conhecimentos trazidos pela s crianças. (2007, p.05)


Brincar na Educação Infantil


O ato de brincar na educação infantil é uma atividade muito intensa, vários são os resultados desse ato. É através do brincar que a criança manifesta seus medos, angustias, conflitos e fantasias. O brincar também satisfaz algumas fantasias que na vida real não são permitidos. Para criança o brinquedo adquire vida e com ele é possível explorar a realidade, este permite expressar sentimentos e emoções que no cotidiano podem gerar sofrimento, mas no mundo da fantasia, podem ser transformado em alegria.
A criança tem necessidade de brincar desde os primeiros momentos de sua vida, pois é através do brincar que passa a conhecer o mundo e a si próprio. Além destes conhecimentos, brincar também estimula a criatividade e contribui para o desenvolvimento saudável das capacidades físicas, mentais e sociais. “Brincar é a fase mais importante da infância, do desenvolvimento humano, neste período, por ser a auto ativa representação do interno-representação de necessidades e impulsos internos.” (FROEBEL, 2002, p.54)
Pude perceber acompanhando  alunos do jardim e também  da pré-escola da  escola parceira que é através de brincadeiras que eles vão aos pouco se conhecendo melhor e aceitando a existência dos outros, compartilhando brinquedos e merenda, estabelecendo relações sociais.
Portanto, o brincar, ato lúdico e criativo, é tão serio quanto o trabalhar na vida adulta, tanto que o brincar ou não, pode ser um indicativo de que algo não esta bem, pois a criança precisa, de alguma forma, expressar suas mais autênticas e verdadeiras emoções. Sendo assim, estimular brincadeiras e proporcionar momentos de lazer e de bem estar pode ser uma excelente maneira de promover a saúde física e psíquica de nossas crianças da educação infantil.
Podê-se afirmar, então, que brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança. Neste ato ela se comunica e se relaciona com colegas e professores através de gestos, sons e representa papéis na brincadeira, desenvolvendo assim capacidades importantes como: atenção, imitação, memória e imaginação. As crianças brincam de faz-de-conta, como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões.
Alguns jogos e brincadeiras favorecem o reconhecimento do próprio corpo, o do outro e a imitação que podem se transformar em atividade de rotina. São atividades lúdicas que pouco se diferenciam, exceto os jogos de regras, onde o objetivo é ganhar, ter prazer.
Lourenço Filho afirma:
[...] não se pode tratar de questões da pedagogia atual sem que se fale de jogo e atividades
Livres. Como hoje observam graves filósofos, a cultura humana brota do jogo, e nele, só
por ele, vem a desenvolver-se. Pelo menos, o jogo é anterior a qualquer construção da
Cultura, o que demonstra que por ele é que manifestam as forças criadoras do homem.
(1959, p.79-80)
O ato de brincar tem a ver com o reconhecimento (dos sinais vitais) de sua alteração, como a respiração, os batimentos cardíacos, como sensação de prazer ou desprazer.
Neste sentido Kishimoto contribui:
A brincadeira é a forma do brincar definida como sendo uma conduta estruturada com regras. Ou seja, é uma forma de expressão da criança, seguindo de sua realidade para a fantasia estabelecida por ela própria, visando o prazer, a alegria, o envolvimento e a participação entre as crianças, tendo capacidade de se relacionar com os outros. (2003, p.07)
O brinquedo é uma atividade que nem sempre da prazer a criança, mas é uma forma de realizar desejos. Chupar chupeta, por exemplo, da mais prazer, pois existem jogos que só dão prazer se o resultado for interessante para ela. Há teorias que ignoram o fato de que o brinquedo preenche necessidades da criança, na idade pré-escolar ela envolve-se num mundo ilusório onde todos os desejos são realizados, no brinquedo a criança cria uma situação imaginária.
O Documentário Italiano: Crianças Invisíveis do Diretor Mehdi Charef  apresenta situações diversas sobre as realidades vividas por crianças  mundo todo, as crianças que vivem se escondendo da polícia, não tem infância como as crianças conhecidas por nós que brincam, estudam, tem família, enfim, são felizes. Na  escola parceira, acompanhada existem crianças pobres, mas não temos violência. As crianças apresentadas no documentário são reais, mas que vivem em um meio onde tem guerra, crimes, drogas.
Neste,  crianças do Brasil são retratadas catando lixo e vendendo. Exploradas, recebiam muito pouco pelo seu trabalho.  Muitas crianças  precisam trabalhar desde muito cedo para sustentar a família, (pais bêbados ou mortos) nem mesmo ir à escola elas conseguem. Buscamos trabalhar com as crianças a integração com as outras pessoas, o respeito pelo outro, instigamos nossos alunos a criatividade, a serem atuantes e defensores de seus direitos nunca esquecendo que temos deveres para cumprir.
No primeiro episódio deste ducumentário, os brinquedos das crianças eram armas e bombas, mas no final as crianças tinham bonecas, só que precisavam vender flores para garantir a alimentação.
O documentário é chocante, mexe com o coração da gente, faz valorizar mais a vida que levamos, pedi que meus filhos assistissem comigo e eles perguntaram: Mãe essas crianças são de verdade?
Considerando a oportunidade de trabalhar o ano inteiro com o jardim, crianças com 4 anos, de minha escola parceira observo que livro com olhos de crianças de Francisco Tonucci (1997), contribui com este trabalho provocando através de imagens a reflexão entre a parceria e o estudo teórico realizado até o momento. Uma delas nomeada como “Uma Creche para estar juntos” retrata que a criança tem um corpo e uma história, onde valorizei cada um dos sujeitos da parceria e também procurei conhecer as famílias e suas histórias.
A figura nomeada “Entre a casa e a escola” apresenta as diferenças e limites que as crianças têm entre a casa e a escola. Em casa a mãe fala para não se sujar. Na escola a professora dá trabalhos para pintar com tinta, brincadeiras com areia, no assoalho e muitas vezes as crianças não querem se sujar, e a professora intervém dizendo que não faz mal que se suje a mãe lava a sua roupa. Muitas vezes pedi que viessem na aula com uma roupa velha.
A figura nomeada “Os passeios instrutivos”, vem de encontro a realidade, neste sentido, pensando neste cenário, realizamos vários na escola parceira. Levava o jardim juntamente com duas colegas professoras da pré-escola e seus alunos; pegávamos duas cordas e todas as crianças em fila agarravam a corda.
A figura nomeada “A gramática da imaginação (homenagem a Rodari)” sobre a gramática da imaginação, onde tenho várias lembranças. Muitas vezes sentávamos em círculos e eu iniciava uma história e eles seguiam inventando até encontrar um final feliz.
A figura nomeada “100.000 massinhas” retrata um divertimento e tanto para os pequenos, o que meus aluninhos mais criavam eram jóias de massinha de modelar.
Já a figura nomeada “É importante ler com eles”, expressa a importancia de ler para os alunos para incentivar os mesmos desde cedo a entrarem no mundo da leitura e escrita.
É muito importante que a criança desde pequena esteja inserida no ambiente escolar, na educação infantil para aprender a conviver socialmente com outras crianças e adultos que não sejam o pai, a mãe e irmãos. Com atitudes e comportamentos diferentes, ela criará vínculos de amizade através das brincadeiras e passará se interessar para novas descobertas no aprendizado.


Conclusão

Após ter realizado meu trabalho sobre o brincar na Educação Infantil e ter observado meus alunos do jardim, percebo que eles realizam pequenos trabalho de pintura, recorte, colagem, porque nós professores pedimos que façam o que sentem mesmo é necessidade de brincar em grupo. O ato de brincar tem função social, cada criança se comporta a sua maneira.
É através de brincadeiras e jogos que se desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, demonstram medos e angustias, fantasias e acabam conhecendo melhor o mundo que está a sua volta.
No repetir das diversas brincadeiras que as crianças adquirem um novo saber fazer algo, incorporam a cada vez que brincam novamente.
Neste sentido, observamos o papel do educador como estimulador/mediador para fazer com que as brincadeiras estejam presentes na vida das crianças.


REFERÊNCIAS


BOZ, Claudia Gaertner, Orientações Metodológicas. 2007.

CHAREF, Mehdi; LUND Kátia; LEE, Spike; et al. Documentário “Crianças Invisíveis”. Itália, 2005.

FROEBEL, 2002 apud. PAIER, Sonia Mara Gemelli, 2008.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: Prazer e Aprendizado- Petrópolis, RJ: vozes 2003.

MEC. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol. 2. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf. Acesso em: 18 de outubro de 2009, 17h30min.

VYGOTSKI, L.S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991
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TONUCCI, Francisco. Com olhos de criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
 



[1]              Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)